Pinacoteca lança videoguia sobre obras para surdos .

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Os contornos da escultura de bronze "Guanabara", de uma mulher deitada, ganharam novos sentidos para a professora Luana Nascimento Figueiredo, 27, em visita à Pinacoteca.
"Agora entendi o que inspirou o artista Alfredo Ceschiatti [1918-89]. Reparei nas curvas que representam o corpo de uma índia. Me lembrei do Pão do Açúcar, de quando fui para o Rio."

Luana tem surdez profunda e não ouve nem com a ajuda de aparelhos. Assim, nunca pôde usar audioguias, comuns em museus. Na semana passada, porém, ela esteve na Pinacoteca acompanhada da sãopaulo e testou o videoguia que o local lança hoje (9), em que uma intérprete explica obras em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
No videoguia, há a descrição de 17 obras do acervo, como "O Mestiço", de Cândido Portinari, e "O Importuno", de Almeida Junior. O equipamento, chamado Orpheu e importado da França, pode ser retirado gratuitamente na recepção do museu.
"A primeira forma de comunicação dos surdos é em Libras e depois em português. Para oferecer acessibilidade, é preciso estimular os outros sentidos com o objetivo de compreender a arte", afirma Amanda Tojal, 57, coordenadora do Programa Educativo para Públicos Especiais do museu.

Fonte: Folha de São Paulo