Nova Biblioteca Pública do AM ganha acessibilidade e mais 285 mil livros.


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Acervo que possuía 65 mil livros passará a contar com 350 mil volumes. Após cinco anos fechado, espaço pode ser reaberto em janeiro de 2013.
Fechada há mais de cinco anos, a Biblioteca Pública do Amazonaspoderá ser reaberta ao público em janeiro do próximo ano, após reforma e recuperação iniciadas em 2009. Os trabalhos no prédio histórico, situado no Centro de Manaus, estão na fase final. Antes da reabertura da biblioteca, a Secretaria de Estado da Cultura (SEC) antecipou ao G1 as novidades que serão oferecidas no espaço literário. Além da ampliação do acervo de livros, a Biblioteca Pública do Amazonas terá acessibilidade plena para os deficientes físicos, visuais e auditivos.
Com base nos dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), o titular da SEC, Robério Braga, disse que a ordem de serviço só foi dada em 2009. A previsão inicial de conclusão da reforma no prédio era novembro de 2011. Entretanto, a entrega do espaço foi adiada para outubro deste ano e novamente adiada.
O novo prazo anunciado pelo governador Omar Aziz é que a Biblioteca Pública estadual volte a receber leitores em janeiro de 2013. Porém, a Secretaria de Cultura ressalvou que só reabrirá o espaço se constatada em inspeção as plenas condições adequadas para receber o público.
Robério Braga justificou o atraso da reabertura da biblioteca apontando uma série de problemas que surgiram depois da execução dos serviços realizados pela primeira empresa. Atualmente, profissionais estão executando os últimos ajustes no piso de madeira danificado com temporal, refazendo pintura das portas e janelas do prédio.
"A parte de obras civis é de responsabilidade da Seinfra, que licita, fiscaliza, refaz e paga. A SEC acompanha e faz a fiscalização da parte de restauração de pinturas. A obra foi concluída e no dia 5 de novembro de 2011 iríamos reinaugurar, fizemos inclusive as placas da reinauguração, porém um temporal abriu o telhado e mostrou para a Seinfra os problemas nas obras. Somente rede de lógica foi feita três vezes por conta dos danos provocados por ratos que vivem na área. Então, não inaugurei e nem entreguei a obra para eles retomarem os serviços", revelou o titular da SEC.
Durante os trabalhos no prédio o acervo foi retirado do local, sendo transferido para o Centro Cultural dos Povos da Amazônia e para o Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, localizado no Sambódromo. "A nossa medida para garantir que a população não ficasse sem biblioteca foi possibilitar o funcionamento de 13 bibliotecas, isso sem contar as das escolas públicas, que todas possuem biblioteca. Além disso, temos o Programa Mania de Ler com caixas-estantes em todos os hospitais públicos, em barcos que vão para o interior de médio e grande porte. Publicamos mais de 500 títulos e até final do ano serão mais 50 novos", destacou o secretário.
MudançasDesde 2011, os equipamentos e o acervo de 65 mil livros estão instalados no prédio da Biblioteca Pública Estadual, aguardando apenas a conclusão dos serviços extras, assegurou o secretário Robério Braga. Na manhã desta terça-feira (4), o G1 constatou que funcionários da biblioteca trabalham na organização de cadastros dos usuários.
Além da recuperação do prédio centenário, a Biblioteca Pública do Amazonas será reaberta com várias novidades. O acervo de 65 mil livros foi ampliado para 350 mil volumes. O prédio ganhou ainda sistema de proteção contra incêndio, câmeras de vigilância em todas as instalações, sistema de som e aparelho para controle de visitantes com cartão magnético.
Sharles Costa, diretor do Sistema de Bibliotecas do Estado, revelou que todos os livros possuem chip que emitem alertas sonoros quando passam pela porta de saída sem antes receber a devida liberação. Entre as melhorias, o prédio da Biblioteca passou a dispor de acessibilidade para as pessoas com deficiência física com instalação de elevador, além de equipamentos que possibilitam a inclusão dos deficientes auditivos e visuais na utilização do conteúdo literário.
"Ela não será a mesma biblioteca de antes, porque ela está restaurada do ponto de vista físico e modernizada naquilo de mais moderno conhecido. A biblioteca tem acessibilidade plena, coisa que não existia antes. Foi instalado piso tátil em todo prédio para os deficientes visuais, as placas com braile e linguagem de sinais, que nenhum lugar público do Brasil tem essa tradução em libras, vamos implantar isso no país. A iniciativa utilizou estudo feito por uma amazonense surda, que fez mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina sobre o assunto", contou Robério Braga.
A Biblioteca Pública oferecerá livros em braile e em áudio, computadores com software para deficientes visuais. Para pessoas que não tem uma das mãos ou paralisia nos braços, uma novidade promoverá a inclusão desse grupo da população. Trata-se do equipamento chamado de folheador automático, que faz a passagem de páginas dos livros e revistas com acionamento por botões de controle. Em cada andar do prédio foi instalado um mapa tátil, possibilitando os cegos encontrarem os departamentos da biblioteca e ler as informações em braile. No segundo andar do prédio, onde ocorrerá exposição com história da biblioteca, os deficientes visuais poderão ouvir a descrição da mostra num equipamento que é acionado por movimento.
Outra novidade que será disponibilizada na biblioteca pretende incentivar a publicação de livros e obras audiovisuais. Segundo a Secretaria de Cultura, um escritório de direito autoral fará parte da nova estrutura. "Quando um autor quer publicar um livro e registrar com ISBN, antes tinha que mandar para o Rio de Janeiro e esperar muito tempo para receber o número de registro. Um serviço que não é nosso e sim da Biblioteca Nacional, mas que nós vamos ser agentes dela e isso gratuitamente para facilitar a vida dos autores", explicou o titular.
Depois da reforma da biblioteca, o material está organizado por grupos de acervos: geral, obras da Amazônia, obras raras e acervo de jornais recuperados.

Fonte: http://g1.globo.com/am/amazonas/