DOENÇA DE ALEXANDER OU SINDROME DE ALEXANDER

A doença de Alexander é primariamente uma alteração dos astrocitos, que fazem parte das células de suporte dos neurónios (neuroglía). Entre os astrocitos, os mais comuns na substância branca são os de tipo fibroso. Estes últimos caracterizam-se porque em seu citoesqueleto contêm um filamento intermedio, a já mencionada PAFG, que ao mutar constrói uma estrutura proteica defectuosa. Esta se armazena junto com a ubiquitina e outras duas proteínas de choque térmico, as já conhecidas fibras de Rosenthal. Podem-se localizar em todo o sistema central, tanto no cérebro como na medula espinal, mas em especial na vecindad dos copos sanguíneos da superfície do cérebro. As imagens por microscopía electrónica mostram um vínculo estreito entre as fibras de Rosenthal e os filamentos intermedios. Ademais existe desmielinización histológicamente falando nos afectados tardios, ou ausência de mielinización nos meninos. Encontram-se afectadas igualmente as fibras sensoriales e as motoras. No aparecimento temporão com macrocefalia é comum a degeneração da substância branca e às vezes acompanha-se também de hidrocefalia.

Astrocitos fibrosos visíveis mediante técnicas de inmunohistoquímica graças a anticuerpos quiméricos (unidos a proteína verde fluorescente) contra a proteína ácida fibrilar glial

                                                Quadro clínico

A doença tem várias formas que difieren em seu quadro clínico e na idade de aparecimento, tendo todas elas o rasgo distintivo da degeneração fibrinoide dos astrocitos com fibras de Rosenthal. Desde 1976 reconhecem-se três formas da doença:


                           Forma infantil:
  • Aparece desde o nascimento até os 2 anos.
  • É a mais comum.
  • Pode cursar com ou sem macroencefalia, ainda que o mais corrente é que apareça (Rodríguez, 2001).
  • Observam-se ataques e atraso ou involución no desenvolvimento. A função motora deteriora-se progressivamente até a cuadriparesis e espasticidad.
  • Hidrocefalia, em ocasiões associada a estenosis do acueducto de Silvio.[Ainda que não se observou associação entre a estenosis e a acumulación de fibras de Rosenthal.
  • Atraso mental profundo na maioria dos casos, ainda que às vezes não se observou.
  • Ataxia e ataques epilépticos.
  • vómitos e elevada tensão intracraneal.
                             .     Forma juvenil:
  • Começa na idade escolar, aos 9,5 anos em media
  • A sintomatología consiste principalmente em paraplejia espástica e signos bulbares progressivos.
  • Normalmente preservam-se as funções cognitivas.
  • Dificuldades para engolir ou falar, vómitos, ataxia e/ou espasticidad.
  • Pode dar-se (cifosis|cifo )(escoliosis|scoliosis)
  • Enquanto a forma infantil afecta geralmente ao cérebro, a juvenil afecta mais ao tronco cerebral. Há muitas fibras de Rosenthal, mas a desmielinización é menos importante que na forma infantil.
                                               Forma adulta:
  • É a forma mais benigna e rara da doença. Observaram-se casos de aparecimento até os 36 anos. Recorda à esclerosis múltipla ou um tumor.
  • A ataxia é muito frequente, bem como dificuldades de fala, deglución e problemos no sonho.
  • Os sintomas são similares à doença juvenil, mas mais suaves. 

 

                                                  Diagnóstico

O diagnóstico tinha sido durante muito tempo difícil, devido a que a maioria dos signos podiam se dar também em outras leucodistrofias, de modo que a prova diagnóstica de confirmação consistia em uma biopsia cerebral que revelasse as fibras de Rosenthal. Em ocasiões isto se efectuava pós-mortem na necropsia. No entanto, esta prova resulta bastante invasiva e viu-se a necessidade de procurar outras possibilidades aproveitando as novas técnicas de imagem por MRI. Em março de 2001 a eminente neuróloga Marjo vão der Knaap e sua equipa puderam estabelecer uma série de critérios que provavam em 90% dos casos a existência da doença.  Considera-se que a presença de ao menos 4 dos seguintes critérios dão um resultado diagnóstico positivo:
  1. Presença de anormalidades extensas na matéria branca com uma preponderancia frontal ou bem quanto à extensão destas anormalidades, no grau de abultamiento, no grau de mudança de sinal ou no de perda de tecido (por atrofia ou degeneração cística).
  2. Presença de um borde periventricular de descenso de intensidade de sinal nas imagens potenciadas em T2 e elevação da intensidade em imagens potenciadas em T1.
  3. Anormalidades nos ganglios basales e tálamos, consistentes em uma elevação na intensidade do sinal e abultamiento ou em atrofia e aumento ou descenso da intensidade do sinal em imagens potenciadas em T2.
  4. Anormalidades no tronco encefálico, em particular incluindo o cérebro médio e a medula.
  5. Aumento de contraste que implica um ou mais das seguintes estruturas: borde ventricular, cerco de tecido periventricular, substância branca dos lóbulos frontais, quiasma óptico, fórnix, ganglios basales, tálamo, núcleo dentado e estruturas troncoencefálicas.