HIDROCEFALIA

                                                          
                               Mecanismo de produção

      O líquido cefalorraquidiano ocupa o espaço existente no interior das cavidades que compõem o encéfalo, os ventrículos cerebrais e o espaço subaracnoidiano, nomeadamente entre a membrana interna das meninges (pia-máter) e a média (aracnóide). Este líquido é produzido graças a um processo de filtração do sangue pelos plexos coróideos, dobras muito vascularizadas da piamáter, que se situam na superfície interna dos ventrículos cerebrais laterais. Daqui, o líquido passa através de canais específicos pelas restantes cavidades encefálicas, circulando ao longo do espaço subaracnoidiano até ser reabsorvido no sangue graças à acção de outras formações específicas denominadas granulações ou vilosidades aracnoidianas.
Em condições normais, o líquido cefalorraquidiano é produzido e reabsorvido na mesma quantidade, sensivelmente 150 a 200 ml por dia, o que faz com que a sua circulação seja constante e igual à pressão exercida no interior das cavidades que o albergam. Por isso, qualquer aumento na produção, diminuição da reabsorção ou obstáculo na circulação de líquido cefalorraquidiano pode provocar uma hidrocefalia.
Tipos e causas 


         • Hidrocefalia obstrutiva ou não comunicativa:

                      Problema provocado por um obstáculo na circulação do líquido para o espaço subaracnoidiano, impedindo a normal reabsorção.

                     Hidrocefalia comunicatiVA
 
             Quando o líquido, embora circule livremente, não é reabsorvido de forma adequada ou, em casos mais raros, é produzido em quantidades exageradas

             

                 hidrocefalia adquirida
       Que se pode manifestar em qualquer altura da vida, costuma evidenciar-se através de manifestações agudas provocadas pela hipertensão intracraniana   como o crânio não é dilatável, a acumulação de líquido acaba sempre por originar a compressão das estruturas encefálicas. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, por vezes de grande intensidade, vómitos em jacto, zumbidos nos ouvidos, tonturas, crises convulsivas e espasmos musculares, sobretudo nos membros inferiores. Nos casos de maior gravidade, a vítima costuma ser afectada por uma paralisia generalizada e perda de consciência, o que pode provocar a morte, devido aos danos ocorridos nos centros de controle das funçôes  vitais.

    
                                                hidrocefalia infantil 

   PODE manifestar-se a partir do nascimento, podendo começar a desenvolver-se inutero, provocando um aumento do tamanho da cabeça do feto, o que dificulta o parto por via natural. Todavia, na grande maioria dos casos, o problema apenas se manifesta durante os primeiros meses de vida, através de um aumento, mais ou menos notório, do tamanho da cabeça da criança em função da quantidade de líquido cefalorraquidiano acumulado. Contudo, como a capacidade de dilatação do crânio é limitada, a acumulação de líquido acaba por provocar, mais tarde ou mais cedo, um aumento da pressão intracraniana, o que origina a compressão das estruturas nervosas encefálicas e, consequentemente, o aparecimento de problemas neurológicos. Em alguns casos, as manifestações são imediatas: perda de força ou paralisias nos membros, crise de vómitos precedida de náuseas, etc. Caso a acumulação de líquido continue a aumentar, até ao ponto de comprimir as estruturas encefálicas que controlam as funções vitais, acaba por provocar a morte da vítima, nos seus primeiros anos de vida, se o seu devido tratamento não for oportunamente iniciado. No entanto, nos casos mais ligeiros, apesar de as funções vitais não serem afectadas, a constante compressão tende a causar uma atrofia do tecido cerebral, o que pode provocar um problema de desenvolvimento mental, paralisia e outras sequelas irreversíveis.